Brutalidade Jardim

Blog de literatura, prosas urbanas, poéticas visuais e literatices

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Location: João Monlevade / Brasília, Minas / Distrito Federal, Brazil

Nascido em João Monlevade, no Vale do Aço, Minas Gerais / Brasil. É jornalista. Reside em Brasília/DF desde 2007. Poeta independente abandonou a literatura impressa para mergulhar no abismo virtual. Tem trabalhos literários premiados no Brasil e muitos outros publicados em vários países, especialmente de arte postal. Seguir o meu twitter @ geraldomagela59 Born in João Monlevade, in the Steel Valley, Minas Gerais / Brazil. He is a journalist, living in Brasília / DF since 2007. Independent poet abandoned printed literature to immerse himself in the virtual abyss. It has literary works in Brazil and many others published in several countries, especially in publications of postall art.

Thursday, June 29, 2006

Mercado aberto

Geraldo Magela


a barcaça do inferno
faz escala
no paraíso

santos & demônios
apaziguados
trocam mercadorias

drogas chiques
escravas brancas
microchips.

M.

O pintor desconhecido que, secretamente, retratava cadáveres no necrotério público vendeu toda a sua coleção por um ótimo preço na mostra de arte contemporânea promovida por Madame Blath. No salão, o maior burburinho: “ O trabalho dele é meio mórbido, mas é fantástico. Quem serão estes rostos incríveis?” “Quem serão seus modelos? Dizem que ele não conta para ninguém...” “São pessoas anônimas, talvez marginais, delinqüentes mesmo, quem vai saber?”
Madame Blath, mecenas incorrigível, sempre teve um faro incrível para descobrir novos talentos nas artes visuais. Além de lançá-los, ela conseguia a façanha de vender as suas obras num mercado recessivo e sempre fechado aos artistas “novos”. Foi o que aconteceu com o pintor de cadáveres nada ilustres.
O pintor, que assinava simplesmente utilizando uma letra M e um ponto negro, pintava os seus quadros na madrugada, depois de corromper os vigias do necrotério, onde os corpos dos indigentes aguardavam um destino cruel. Uma vala comum ou a Faculdade de Medicina.
“Vou imortalizá-los”, dizia o pintor, em transe, enquanto retratava os mortos anônimos como se estivesse cumprindo um juramento maldito.
Dizem que quando Madame Blath morreu, o pintor, seu protegido, invadiu o velório e fez o retrato dela em questão de minutos. Um marchand, presente à cerimônia fúnebre, não hesitou em comprar a obra no mesmo instante.
“A arte, como a morte, não tem hora”, teria dito o comerciante.

Wednesday, June 28, 2006

Aurélio

O cara era torpe. É, só isso, torpe. Ele não era tudo isso que os jornais estão falando. Não era um superbandido coisa nenhuma. Pé de chinelo. Pode acreditar. O que significa torpe? Então você não sabe o que é torpe? Porra, cara, você fugiu da escola, é burro, ou o quê? A palavra torpe está em todos os contos e histórias policiais. Faz parte da linguagem dos escritores... Ah, você nem sabe o que é linguagem e está cagando para a linguagem? Você é um ignorante mesmo, cara. Não, eu não sei de tudo, quem me dera ser um desses sabichões que dão aula pra todo mundo em qualquer lugar do planeta. Eu sou apenas um cara curioso que gosta de saber os significados das palavras, só isso. Olha aqui no meu mini-Aurélio: torpe quer dizer “desonesto, impudico, repugnante, infame, obsceno”, pode escolher o adjetivo que você achar melhor. O quê, você nem sabe o que um adjetivo? Porra, é o fim da picada. Ah, você quer saber se eu carrego um dicionário comigo pra todo canto? Carrego sim, e daí? Frescura? Ah, cara, vai tomar no seu rabo!

Monday, June 26, 2006

Contrastes

Geraldo Magela

O que há com você?
Nada, estou tranqüilo.
Não parece. Precisa manter o sangue frio, certo?
Estou bem, juro!
Sei, não. Você está pálido, sem cor, suando muito. Acha que dá para agüentar até o fim?
Claro, estou legal. Fica frio, assim você está me deixando nervoso.
Assim como?
Falando demais. Gosto de fazer as coisas em silêncio.
Silêncio?
É, silêncio absoluto.
Impossível, tem sempre o barulhinho da serra e dos outros instrumentos.
Bom, pelo menos se a gente ficar calado...
Eu gosto de falar. O silêncio não me deixa muito tranqüilo.
Cada um pensa de um jeito, né? Eu já prefiro o ambiente silencioso, fechado.
Eu já gosto de janelas bem abertas, escancaradas.
É, as pessoas são mesmo diferentes.
Depende, em certas coisas elas podem ser muito parecidas.
Em quê, por exemplo?
Sei lá, mas as coincidências existem. Eu gosto de mulher morena, e você?
Eu também. As morenas me excitam.
Está vendo, em matéria de mulher temos a mesma preferência.
Mas eu prefiro aquelas que têm a pele mais escura e usam cabelos oxigenados.
As chamadas loiras falsas?
Exatamente.
Não, eu já prefiro as de pele mais clara, com cabelo preto. O contraste me dá tesão.
Contraste?
Se você prefere as morenas escuras com cabelo loiro é por causa do contraste, rapaz. O contraste é uma coisa fundamental, principalmente no corpo feminino.
Interessante, eu nunca havia levado a coisa por este lado.
Pois de agora em diante comece a levar.
Ainda bem que trouxemos as capas de plástico. Estamos cobertos de sangue.
Foi uma boa providência, digna de profissionais. Pronto, agora vamos fechar o saco e levar para a cova.
E esta dona aí, era morena clara e de cabelo preto...
E daí?
Deu algum tesão?
Claro, senão eu não topava fazer o serviço. Para matar uma mulher, a gente tem que estar com o tesão à flor da pele.
E para esquartejar o corpo?
Também.

Contos

(...) Eu estava de pé na varanda, olhando para o vazio, naquele final de tarde nada sensual. Um vento seco machucava meu rosto. Havia algo de fantástico naquele cenário desértico. Olhei novamente para o por de sol sangrento e senti em minha nuca o inesperado hálito de um demônio.(...)

Fragmento do diário secreto de Birdes Fontaine, escritor e matador.

Tuesday, June 20, 2006

Hai Kai Homenagem

Com tanto político sujo
botando na nossa bunda,
Deus levou logo o Bussunda!

Geraldo Magela / 2006

Friday, June 09, 2006

Encontros Virtuais


Geraldo Magela


Sobe o pano. Uma mulher olha para o céu e abre a sua sombrinha como se começasse a chover. Fica lá, batendo o pezinho, impaciente, olhando o relógio como se estivesse esperando alguém. Chega um homem. Ele também olha para o céu e abre um guarda-chuva.. Fica parado, batendo o pé, olhando o relógio, como se estivesse esperando alguém. De repente, eles se olham. Continuam impacientes.
Homem - Chuvinha mais besta, né?
Mulher - É...
Homem – Desculpe a intromissão, mas você me parece um pouco nervosa.
Mulher - E não é para ficar nervosa? Odeio atrasos.
Homem - Eu também. Detesto gente que se atrasa.
Mulher - Pois é, mas essas pessoas me perseguem.
Homem - Também sofro com elas. Sempre marcam comigo e demoram, demoram...
Mulher - Comigo acontece quase sempre.
Homem - Eu fico muito irritado quando isso acontece.
Mulher - Eu também.
Os dois colocam os braços para fora do guarda-chuva e da sombrinha. Em seguida, fecham ambos, como se tivesse parado de chover.
Homem – Parou de chuviscar.
Mulher - Ainda bem, não suporto chuva.
Homem – Posso perguntar quem você está esperando todo esse tempo?
Mulher - Não sei, não conheço, quer dizer, só conheço pelo MSN.
Homem - Ah, um contato pela internet? Um encontro virtual?
Mulher - Sim, por que? O senhor tem alguma coisa contra encontros via internet?
Homem - Não, não, longe de mim. Sou viciado em internet. Já tive não sei quantos contatos virtuais com mulheres bem interessantes.
Mulher - E eu com homens muito interessantes.
Homem - Meu Deus, agora estou me lembrando. Você deve ser a Marlete.
Mulher - Sim, sou eu. E você, quem é?
Homem - Eu sou o Vander.
Mulher - Oh, meu Deus, então você é justamente quem eu conheci pela rede...
Homem – Que coincidência, não? Nós dois, aqui, conversando sobre encontros virtuais.
Mulher - Sim, mas este acabou sendo um encontro casual, pois se bem me recordo nós marcamos um encontro para amanhã, às três da tarde e não hoje, às cinco.
Homem - É, você tem razão.
Mulher - Mas, então, o que é que você está fazendo aqui?
Homem - Bem, estou esperando a Vandete.
Mulher – Quem é Vandete?
Homem – Ora, o meu segundo contato virtual da semana. E você, está esperando quem?
Mulher - Eu também estou esperando o meu segundo contato da semana, o Marlen.
Homem - Seguro morreu de velho, heim?
Mulher - Se é, nem me fale.
Homem – Espero que amanhã você não se atrase como esse tal de Marlen.
Mulher - E eu, espero que você também não se atrase, como essa tal de Vandete.
Ambos olham para o céu, novamente. Abrem depressa o guarda-chuva e a sombrinha como se começasse a chover novamente. Ficam batendo o pé, olhando o relógio, impacientes. Cai o pano.

Tuesday, June 06, 2006

Os falsos profetas do escritor fracassado Beraldo Bezerra

Geraldo Magela


Beraldo Bezerra morreu em uma tarde fria e cinzenta de junho, no ano de 1888, pouco lembrado pelos críticos e nem um pouco notado pelos leitores mais exigentes. Foi um escritor medíocre, é verdade, mas tinha estilo, conforme atestou mais tarde em sua lápide o pesquisador e descobridor de talentos H.W da Silveira em 1907. O abnegado Silveira, após remexer os entulhos de manuscritos deixados por Bezerra, e desprezados pelos parentes mais próximos, descobriu no meio de um monte de escritos e narrativas imprestáveis algo que lhe deixou bastante excitado. Uma narrativa intitulada “Os falsos profetas”, que mesclava fatos da história humana com picaretagens diversas praticadas por alguns personagens, que poderiam realmente ter existido, ou não. Além de curiosas, essas narrativas eram bastante divertidas e possuíam uma dose de ironia que impressionou o incansável pesquisador, que as divulgou sob a forma de um livreto. O livreto foi descoberto em um sebo por Birdes Fontaine, pseudônimo à procura de um autor, que nas linhas abaixo dá ciência do fato aos nobres membros da presente banca examinadora.

Os falsos profetas, creio eu, foram apenas oito em toda a extensão da humanidade:

Dico Zunindo, 910 – 1010.

Dico Zunindo viveu exatos 100 anos e foi o mais rebelde dos profetas, optando por contrariar as sagradas escrituras invisíveis e preferindo viver entre os povos bárbaros que habitavam as planícies da Alta Mongólia.
Dico levava uma vida desregrada. Participava dos combates sangrentos entre as tribos bárbaras, matando e saqueando sem nenhum escrúpulo. Possuía um harém de cinquenta esposas e cinquenta amantes. O número 50 para ele era sagrado. Tanto que construiu cinquenta ídolos de barro e os espalhou pelas imensas planícies da sua terra.
Todos os ídolos tinham a sua fisionomia, pois ele se considerava, não apenas um profeta, mas sim uma espécie de deus. Apesar dos seus delírios passou a velhice pregando para os seus netos sobre a existência de um semideus, que teria morrido numa cruz.
Ao falar da cruz, ele sempre desembainhava as suas duas espadas ainda manchadas de um sangue antigo e as cruzava, numa espécie de desenho gótico, berrando palavras incompreensíveis. As crianças riam muito e ele então dormia feliz.

Ypsolum, 1277 – 1297.

O profeta Ypsolum aproveitou pouco a sua vida terrena.
Segundo as antigas escrituras, nunca confirmadas pela Igreja Oficial, ele morreu com tenros e puros 20 anos atravessado pelas impiedosas espadas dos infiéis quando tentava roubar na antiga Jerusalém uma réplica do Santo Graal , durante uma das suas peregrinações.
Conforme as suas visões de homem santo, a mencionada réplica seria a mais perfeita e a mais “verdadeira” de todas as centenas de perdoáveis falsificações do cálice sagrado espalhadas pelo mundo conhecido.
Ypsolum morreu casto e imaculado. Não chegou a se deitar com nenhuma mulher. Por isso, logo após o seu enterro, algumas mulheres vestidas somente com uma tira de pano negro e com as faces cobertas por véus violaram o seu túmulo e deceparam o seu órgão genital virgem.
Embalsamaram-no utilizando essências aromáticas e o guardaram em local tão secreto que jamais foi encontrado.

Beto Belezura, 1300 – 1600.

Profeta sem pátria, sem eira nem beira, Beto Belezura viveu no auge das Grandes Navegações. Possuía uma temida caravela, denominada de Ave de Rapina dos Mares Desconhecidos, armada com cem canhões, que ele utilizava para transportar escravos aprisionados ou comprados nas ilhas distantes localizadas no Continente Negro.
Depois de enfrentar tempestades terríveis e os navios piratas que infestavam os mares, ele despejava os seus escravos numa ilhota pequena localizada no Mar dos Destinos Perdidos, na costa norte, onde ele erguera um templo sinistro, que possuía um gigantesco altar de sacrifícios, onde milhares de homens e mulheres foram imolados a um deus do qual nunca ouviram falar.
Belezura era um guerreiro destemido e audaz que viveu por três séculos. Os povos antigos contavam que a cada cem anos ele trocava de pele, igual às serpentes. Daí o segredo do seu rejuvenescimento. Apesar da sua fama de belicoso, era um homem atraente. Possuía dezenas de escravas sexuais, todas elas negras e belas, escolhidas a dedo para satisfazer os seus desejos.
Conseguira o título de profeta depois de ter profetizado que o mundo passaria por um período de cem anos de fome, miséria e de peste. Tal profecia nunca foi testemunhada por ninguém, mas não havia nenhum louco vivo para desmentir o sanguinário e falso profeta.
Dizem as lendas que ele foi morto a machadadas por um escravo rebelde quando se preparava para se hibernar e trocar de pele pela quarta vez.
Do contrário, teria atravessado os séculos.

Delirado, 333 – 337.

O profeta Delirado, segundo as antigas escrituras jamais encontradas por algum ser mortal, mas que foram devidamente decoradas por Zé do Pastéu, poeta errante que atravessara os sete desertos da antiga África cantando as suas canções incompreensíveis, viveu somente quatro anos mortais. Isto, na literatura dos pagãos, significava pelo menos uns quarenta anos metafísicos. Mas em apenas quatro anos mortais ninguém conseguiria mesmo fazer nada de realmente útil e concreto. Apenas delirar.
E foi o que ocorreu com este pobre e anônimo profeta precoce, que morreu de uma febre terrível que o fez delirar durante quarenta dias e quarenta noites. Durante todo este período, o profeta balbuciou palavras estranhas e ao dar o seu último suspiro repetiu por várias vezes:
- O deserto, o deserto, o deserto...
Zé Confuso, 612 – 700 .

Este talvez tenha sido o mais esquisito de todos os santos homens da velha terra. Em todos os pergaminhos encontrados pelos arqueólogos e pesquisadores ingleses nas gigantescas pirâmides circulares do deserto de Io, as referências a esse sacerdote eram simplesmente confusas.
Num sarcófago modesto, a múmia de Zé Confuso descansou em paz durante séculos, até ser encontrada por um estagiário curioso que penetrou nos subterrâneos de uma das pirâmides para dar uma transadinha rápida com uma das assistentes da equipe de arqueologia da Universidade de Hera.
No sarcófago estavam diversas inscrições que, após serem traduzidas, resultaram em uma conhecida história confusa e que provocou diversas dúvidas a respeito da sua autenticidade entre os pesquisadores.
Com um grupo de historiadores defendendo a sua autenticidade e outro grupo de cientistas afirmando que tudo aquilo não passava de um blefe egípcio, a coisa esquentou e virou uma guerra.
Após profundos e morrinhentos debates, teses sonolentas e pinimbas das mais variadas espécies, o sarcófago de Zé Confuso foi lacrado definitivamente pela Vigilância Sanitária e não se falou nunca mais naquela confusa descoberta, fruto de um acaso.

Zacarias Iscariol, 1600 – 1689.

Zaccarias Iscariol foi o principal tradutor das sagradas escrituras invisíveis, que só quem possuía o coração puro e a alma santificada tinha condições de enxergar.Ele usava um manto esfarrapado e um lenço sujo cobrindo os ralos fios de cabelo branco e atravessava os desertos do norte africano apoiado em seu cajado em forma de serpente com olhos de rubi.
Excomungado e expulso pela Igreja Ortodoxa, ele vagava cegamente pelo mundo levando os ensinamentos sagrados para os nômades e beduínos, bandoleiros e saqueadores de templos pagãos soterrados pela areia cruel do deserto. Todos eles seres amaldiçoados, assim como o pobre profeta.
Quando Zaccarias Iscariol bateu as botas, debaixo de uma tenda feita de molambos, após uma refeição de tâmaras e uma tempestade de areia, os nômades juraram que viram surgir, entre relâmpagos rápidos, uma luminosa mão que executou uma série de gestos indescritíveis no firmamento.
Quando souberam do acontecido, três sábios do Oriente Distante peregrinaram pelo deserto e, bondosamente, embalsamaram o corpo do profeta maldito e o enterraram no deserto, dirigindo seus olhares piedosos para o céu infinitamente azul e dizendo:
- Em verdade, em verdade, vos digo, este homem era filho de Deus!

Baby da Babilõnia, data desconhecida.

A única profetiza reconhecida pela história negra foi a enigmática e, segundo os pergaminhos secretos, mortalmente sedutora, Baby da Babilônia. Fêmea fatal, dotada dos instintos mais selvagens, Baby chegou a ser considerada por alguns historiadores anônimos como uma mulher capaz de cometer atos terríveis, como o canibalismo.
Ela teria, inclusive, certa preferência por genitais masculinos fritos, grelhados, ou cozidos com legumes. Toda vez que a profetiza capturava um espécime do sexo masculino em suas muitas batalhas empreendidas contra as tribos selvagens que habitavam as Grandes Colinas, ela chegava a apalpar com carinho desmedido a volumosa genitália do macho escravizado.
Seus olhos brilhavam um brilho intenso, num misto de crueldade e gula, enquanto o pênis acariciado com tanta má intenção crescia assustadoramente na sua pequenina e sangrenta mão branca.
“Hoje teremos um banquete especial”, festejavam os generais do seu imenso exército de fanáticos seguidores que não comiam carne humana, é certo, mas que gostavam de se masturbar assistindo sua profetiza devorar gordos testículos de guerreiros mortos.
Baby teria sido morta em uma batalha, mas o seu corpo jamais chegou a ser encontrado. Depois disto, seus guerreiros se dispersaram e tornaram-se pastores no Egito Antigo.

Abdias Bitola, 1100 - 1201.

Abdias Bitola foi um ermitão idiota e mesquinho que habitou as montanhas intransponíveis e a árida terra do hoje Turcomenistão. Não tinha discípulos, nem mulheres e muito menos filhos ou parentes que o acompanhassem. Ninguém suportava viver ao seu lado por mais de alguns minutos. Ele era simplesmente odioso.
Segundo os manuscritos encontrados às margens do Mar da China, ele viveu odiado e desprezado pelos seus discípulos durante 101 anos.
Morreu depois de jejuar trinta dias e trinta noites sem dizer o motivo do sacrifício.
A última de suas muitas bobagens, disseram os seus contemporâneos desrespeitosos ao deixarem o seu corpo apodrecer solitário no deserto.
Diz a lenda que nem mesmo os abutres e os ratos quiseram devorar a sua carcaça imunda.”