Dois anos após ter deixado a ilhota, Absalão agora se encontrava na “América” (finalmente, um lugar cujo nome ele conseguiu decorar). Ele era um dos muitos milhares de imigrantes que chegavam ao continente.
Com vinte e cinco anos, Absalão não parecia ter nem a metade destes anos, devido ao seu aspecto físico jovial e à sua própria compleição física. Parecia não envelhecer. Este era um dos muitos mistérios que cercavam aquele anão sobrenatural que, apesar do tamanho desprezível, conseguia matar pessoas de estatura normal.
Se dependesse dele e da sua arma, ninguém jamais conseguiria desvendar tais mistérios, pensava.
1920.
Com mais de quinze mortes na “América”, Absalão se tornara o mais lendário assassino daquelas paragens. Porém, continua anônimo, sem nenhum registro na polícia e sem nenhuma testemunha que pudesse identificá-lo.
Os policiais, sem pistas, entediavam-se em discussões intermináveis sobre o “estilo” do assassino. Aquele minúsculo orifício no peito das vítimas... Trabalho feito com punhal, direto no coração, diziam os peritos.
Assim que penetrou na “América”, o temível anão substituiu a adaga por um punhal de cabo branco e de lâmina longa, do jeito que ele apreciava.
Aparecendo e desaparecendo misteriosamente em todos os becos escuros das grandes cidades, Absalão jamais chegou a ser visto ou sequer imaginado. E, consequentemente, jamais foi investigado. Nem mesmo o mais experiente dos investigadores conseguia explicar as dezenas de crimes e muito menos dar informações sobre quem os cometera.
Francamente, eles nunca suspeitariam de um anão.
Nota do Autor
Os policiais não poderiam saber que Absalão possuia o dom de despertar uma imensa compaixão em suas vítimas. Era algo quase que hipnótico. Assim, ele aproveitava para se aproximar dos seus alvos com total facilidade e aguardar o momento certo de desfechar o golpe mortal. Esta estratégia foi muito bem utilizada, de forma covarde e cínica, quando ele eliminou uma prostituta em 1910. Confortavelmente sentado sobre as grossas pernas da infeliz, enquanto acariciava-lhe o rosto moreno, ele esperou pacientemente que ela desabotoasse a blusa, fechasse os olhos e aguardasse a sua boca fina em seus seios para desferir-lhe uma certeira punhalada no coração.
2 Comments:
Ola Meu tutor sapiente e mal dotado. Lendo seus textos, tive uma idéia fantastica para um livro que vou escrever: É sobre um gigante assassino, que mata as vitimas com uma punhalada na testa. chamará cartilagens do buraco. O protagonista chamará absolutão. obrigado pela inspiração.
Ass: Baltimore Batista
Papai, infelizmente tive que matar meu irmão, o baltimore. não poderia deixá-lo roubar as idéias do próprio pai.
Ass> Magrelo (mouse)
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